
Tudo bem, eu menti. Não postei amanhã, nem depois de amanhã, mas postei hoje, e é isso que importa. Seguindo a história:
Acordei as seis no quarto do hotel, e abandonei de uma vez por todas aquelas paredes imundas. Tomei um café da manhã mais ou menos e peguei o metrô, troquei a linha, peguei o trem, que demorou muito para sair, e cheguei até o tal bairro Ipiranga. Estava carregando uma mala que pesava uns 40 quilos ou mais, e minha mochila com trocentas coisas caras. E o quimono. E eu tinha menos de 10 reais na carteira. Depois de andar muito até o Sesc, treinei, foi ótimo e pedi pra alguém do aikido levar meu quimono embora. Enfrentei uma estranha resistência, mas minha insistência foi maior e consegui despachar meu quimono ipara BH, me livrando de alguns quilos de bagagem. Trombei com o salva-vidas do cadeado, e ele me pagou, curiosamente ele não estava agindo de má fé, pediu desculpas e tal. Depois fui procurar o metrô mais próximo, o tal Alto do Ipiranga que inaugurou no dia anterior. As pessoas na rua não sabiam onde era direito, e me mandaram pra estação Imigrantes. Andei uns quatro quilômetros com malas super pesadas, até que um encontro aleatório me salvou: estava em uma avenida quando perguntei para um velho onde era a estação de metrô mais próxima. Ele me indicou onde era, e perguntou:
- Você vai carregando isso sozinho?
- Vou
- Eu te ajudo ora, até pelo menos uma parte do caminho – estranhei isso, pois ele vinha do lado oposto.
- Mas você estava vindo do lado oposto! Não precisa!
- Eu insisto. Acho que te encontrar aqui foi um sinal, vim de um lugar que eu não queria voltar mas agora vou voltar.
Bom, então tá John Locke, me ajude. O senhor andou carregando a mala pesadíssima por muitos e muitos metros até chegar bem perto do metrô. Troquei a linha e fui até o bairro da Liberdade pra feirinha de comida oriental-baiana que tem lá. Cheguei na estação e vi que estava lotado. Peguei o metrô de volta até a estação Tietê, que é a rodoviária, e deixei todas minhas coisas em um guarda-volumes. Uma coisa bem curiosa mesmo, tem um guarda-volumes manual e um automático, o manual chama “guarda-volumes manual”. O automático chama “Malex”. Malex? Mala+ex? vai entender. Deixei minhas coisas, peguei dinheiro e fui comer. Já era tipo 14hs. Desci na “praça da liberdade” que é cheia de mendigos e adolescentes esquisitinhos. Cheguei na barraca do gyoza e peguei uma senha: 872 (eu anotei, ok?). Perguntei em que número estava. Estava no 722 (eu acho). Saí pra um passeio, tomei um suco ótimo de acerola, comprei um bifum, macarrão de arroz, que estava horrível. Procurei um mendigo para dar de presente, mas de repente eles sumiram da praça. Andei muito até achar um mendigo, que quase não aceitou o treco. Voltei pra barraca de gyoza: 841. Fui tomar outro suco.
Quando chegou minha vez, comprei dois gyozas e estava morrendo de fome. Fui comendo no caminho do metrô. Dois mendigos me pediram um pouco, e eu recusei. É a vida. Havia combinado de encontrar com o Bruno na paulista para pegar meu PC novo, mas só as 18h45min. Ainda eram tipo 15h45min. Entrei no metrô, e a sola do meu pé já doía de tanto andar. Vi um cartaz de uma tal 12² Comix Fest. Nem sabia o que era, mas era perto da paulista. Fui lá.

Era fantástico: no mesmo lugar imenso onde havia sido o seminário de aikido do Ueshiba no ano anterior, tinha uma feira gigantesca com trocentos quadrinhos
Carregando o PC, e uma sacola com o mouse e o teclado, fui até o metrô, troquei de linha, fui até a rodoviária, comprei passagem pro ônibus que estava saindo para Campinas. A sacola do mouse e teclado arrebentou. Corri até o Malex, peguei minhas coisas e corri, carregando mochila, PC e mala super pesada. Fui o último a entrar no ônibus, mas consegui um bom lugar. Cheguei em Capminas as 23hs, e mal saí de casa no resto da semana.
E bom, imagino que a maior parte das pessoas não quis ler tudo isso. No próximo post... mais gastronomia pop!